Origens

AMOREIRA DA GÂNDARA
Há muitos anos atrás, um homem muito rico, era o dono de toda esta zona. Esta região era constituída por gândaras (terrenos cobertos de plantas agrestes). Ele mandou para cá um criado construir a sua casa e cultivar alguns terrenos. O empregado deitou a baixo árvores e cortou matas para obedecer ao patrão.
Com o passar dos anos, a este criado foram-se juntando mais famílias que construíram mais casas e prepararam mais terrenos para cultivar.
Neste local nasceu uma bonita povoação.
 
Sem ninguém saber como apareceram em vários sítios da aldeia amoreiras (grandes árvores que dão amoras). Todas elas davam frutos roxos. No entanto, uma delas era diferente das outras, porque dava amoras brancas e era a maior e mais bela de todas.
 
Faltava um nome para esta terra. O velho criado sugeriu que se chamasse Amoreira da Gândara. Este nome foi escolhido em honra da grande e bela amoreira e por causa da aldeia estar rodeada de gândaras. No local desta bela amoreira existe hoje a igreja da aldeia.
 
Não sabemos se esta história é verdadeira ou se é uma lenda mas o nome não se alterou até hoje.
 
Contam as pessoas mais velhas, que a povoação ficava no meio de gândaras (terrenos despovoados, cobertos de plantas bravas). A certa altura nasceu, sem ninguém plantar, uma amoreira que se tornou grande e bonita e que dava belas amoras amarelas. A bela amoreira e as muitas gândaras deram origem a este nome tão estranho, que é afinal o nome da nossa freguesia. 
 
PAREDES DO BAIRRO
Amorim Girão, relativamente ao termo “Bairro” refere que este não deve ser entendido como acepção de povoação ou parte dela, mas “no sentido que lhe dá a linguagem popular de certos terrenos em que o barro predomina, terrenos… próprios para cultura cerealífera. Da abundância desses terrenos na região lhe advém o nome”. Pensa-se que esta terá sido a razão que esteve na origem da ordem do Marques de Pombal de arrancar todas as vinhas da região, apesar de se dizer que a ideia foi engrandecer a região vinícola do Douro.
 
ANCAS
Enchas, no Inicio: Enchas... Encas... Ancas, foi esta a evolução do Topónimo da Freguesia, segundo os escritos na Carta de Doação de Ancas por D. Afonso Henriques a Marina Soares no ano de 1143.
 
No entanto, o documento de doação permite-nos ir um pouco além destes largos anos de história, na medida em que fornece alguns topónimos significativos, que surgem a propósito da demarcação dos limites territoriais de Ancas. Se topónimos como Mogofores ou Sá não levantam quaisquer dúvidas quanto à sua localização, já o mesmo não acontece com alguns outros, que entretanto se perderam ou que não são suficientemente esclarecedores. É o caso da Fonte de Lodeiro, que Mário de Sa, em “As Grandes Vias da Lusitânia”, defende que seria a fonte que abastece S. Mateus, e que se situaria na encruzilhada do caminho velho de Mogofores a Ancas, com a estrada de S. Lourenço (esta corresponde ao “Caminho da Igreja”, que unia a igreja de S. Lourenço a Vale de Estevão).
 
Quanto ao topónimo Poços, apenas se pode afirmar que ele ainda existe, mas apenas ao nível da micro toponímia.
Um documento originário do cartório de Santa Cruz de Coimbra traz a doação – da “villa” de Enchas, Encas, Ancas.